Têm pessoas que perdem o sentido quando se apaixonam, aliás, perdem totalmente a noção do que é viver a sua vida. Precisam viver cada segundo da vida do outro, ligar mil vezes por dia, dizer toda hora o quanto gosta da outra pessoa. Paixão arrebatadora, amor á primeira vista, paixão fulminante, amor de infância, e todas as variações que esses sentimentos permitem. Eu sempre acreditei que paixão fosse mais sustentável que amor, porque paixão, como dizem por ai “é coisa que dá e passa”, é menos doloroso, porque é carnal. Na verdade paixão é uma espécie de tesão prolongado e romântico, nada mais. Amor é uma vez só na vida. É aquele de verdade, que dói antes de fazer feliz. Que torna as pessoas mais permissivas e manipuláveis. Treme as pernas, acelera o coração, e todo esse papo que as pessoas dizem por ai. Todo mundo que é apaixonado, diz que ama, quando percebe que era paixão, diz que esqueceu. Um absurdo, as pessoas não amam mais como antigamente. Existe também toda aquela história de alma gêmea, tampa da caneta, frigideira e essa papagaiada que o povo inventa pra dizer que entrou uma pessoa que á completa. Que cria uma ideia falsa de que alguém só é feliz, se encontra a sua. Baita mentira. E se tu encontrou, mas não é correspondido, será que vale? Ah, essa história de amor e paixão é um ponto sem fim. Na verdade existe um amor, no qual eu acredito de verdade, o Platônico. É um amor que tu cria, alimenta, e se despede quando quiser. Não precisa se preocupar onde ele está, que horas chega, quando volta, porque simplesmente tu sabe que aquilo é lúdico, fantasiado por ti mesmo. E só tu acredita nele. Me parece ser mais puro, porque tu não quer nada em troca. Tu ama pelo simples fato de amar. Tu procura pelo simples fato de.. amar. Porque é AMOR. É singelo. Não precisa de nada em troca pra ser alimentado. E tu não precisa procurar por que ele geralmente está no mesmo lugar. E não é no coração. É na parte mais sentimentalmente inatingível do ser humano, o Cérebro. E o coração, esse é só um músculo... só.