Fico em duvida se, desta vez, o destino foi mais cruel ou se foi mais irônico em relação a nós dois. Nos manteve perto um do outro tempo suficiente pra que, quando você estivesse por perto, eu ficasse atrapalhada, sem palavras e ao mesmo tempo com as palavras erradas, tentando não parecer o que estava obvio no jeito que eu te olhava. Nem sempre eu consegui ser resistente o bastante para não deixar isso tão exposto; eu sei todos os momentos que tu percebeu. Não poderia ser tão palpável, tão real. Eu sentia muito, e sentia além do que pretendia, mas aceitava toda a ficção da história que eu creie. Além de ser algo pouco provável de acontecer, eu fantasiava demais qualquer tipo de relação que pudéssemos ter. Tomei todo cuidado necessário pra não deixar esse sentimento confuso sair da minha imaginação e interferir naquele ambiente perturbado que nos encontrávamos. Todo contato me deixava em dúvida... Nunca sabia se era o momento de deixar ser percebida, ou se deveria mais uma vez fingir que não te vi, passar por ti e ignorar tua figura ali, diante dos meus olhos e deixando meu coração palpitando. Era muita coisa pra eu lidar e não tenho a mesma frieza que você. Eu imaginava, sentia, fantasiava mas não acreditava. Não existia um elo, além do que eu criei. Obviamente esses sentimentos eram alimentados e isso me deixava atônita, aflita: não conseguia entender se existia realmente uma reciprocidade ou se era vaidade tua. E é aí que o destino começou a se revelar: do alto das minhas duvidas, eu fiquei incapaz de analisar qualquer gesto que pudesse esclarecer alguma coisa. A tua presença deixou de ser algo que me deixasse fantasiosa e passou a ser perturbadora, eu queria mas não conseguia ter uma relação de amizade sentindo tanto quanto eu sentia e antes que eu tivesse essa oportunidade o destino resolveu te tirar da minha rotina, dos meus olhos. Resolver essa questão me deixava tão ocupada que eu nunca pude perceber os sinais que recebia, e o destino acabou com todas as minhas duvidas deixando essa história sem um final (mais uma vez). Eu sei que essa foi a melhor saída, mas quando que a gente conhece o final das histórias de (quase) amor? Onde e quando a gente aprende com elas? Se ficam todas as duvidas com a gente, onde é que a gente busca as respostas?
Eu nem sei onde te (re)encontrar.