Quando eu tava caminhando hoje por ai, passei na frente da minha escola antiga, pela qual passei bons e incríveis anos. Bem naquela fase que a gente acha que sabe de tudo, que cria inimizades por qualquer bobagem, que não pode sair a noite. Me deu uma nostalgia, uma saudade, e um tantinho de vergonha das coisas inacreditáveis que eu passei lá, saudade das pessoas que hoje eu não tenho mais contato, por distancia, casualidade ou propositadamente. Passando pelas quadras que tem lá, lembrei do dia do ultimo torneio que participei lá, os “Jogos da Primavera”: Eu fiz um gol incrível, e chutei a bola na cabeça do amigo do Fulano, que aliás, estava lá naquele dia também. “Não sei” o que ele foi fazer lá, mas me senti muito. Fui pro banheiro fofocar com as gurias e contar que eu não sabia o que ele tava fazendo lá. Na hora que eu marquei o gol ele me olhou de uma forma e sorriu. Gelei dos pés á cabeça. Nessa época eu tinha sentimentos frescos. Depois, na hora da entrega do troféu ele fazia que não me via. Lembrei também das mil aulas de Educação Física que eu sempre odiei. Do dia que a Ester correu atrás de um cavalo que tava lá e ficou pro resto do ano com o apelido de esterco. Do tombo que eu cai e milagrosamente ninguém viu. Da gente ensaiando na areia uma comemoração pros gols que a gente marcaria. De eu entrar pro Grêmio da escola e dos preparativos pra uma festa que nunca aconteceu. Da professora Cláudia que fez a gente pagar o king-kong fazendo coreografias com as formas geométricas... a músiquinha era engraçada. Ahh a aula de biscoito.. hahah foi muito engraçado, porque a gente só comia e não fazia nada. Lembrei que eu sempre tomei as dores dos nerds, apresar de sempre ser da chamada ‘turma do fundão.’ E que minha visão política de não ter uma visão política veio daquele tempo. E isso tudo ficou viajando da minha cabeça durante o trajeto todo. As lembranças surgiram num efeito pipoqueira: ficavam pulando de um lado para o outro, até eu desligar a mente dessa nostalgia toda.