Unilateral


Eu sinto muito. Sinto tanto que a pele arrepia. Sinto uma viagem pro litoral toda planejada, sinto as brigas, sinto os beijos, sinto o cheiro. Sinto tanto.  É um querer tão grande, tão forte, que eu chego a acreditar que existe. Sinto saudade, sinto raiva, sinto amor. Muito amor. É tanto sentir que eu não sei explicar o que eu sinto, muito embora consiga falar. Piegas, eu sei, mas lembro que começou exatamente como nos romances do cinema.  Toda noite sinto teus braços em volta de mim, sinto a respiração no meu ouvido de quem caiu em sono profundo.  Sinto o dia em que vou ser apresentada pra tua família. Sinto tua cabeça no meu colo, depois de um dia duro no trabalho, sinto as palavras confortando os momentos difíceis, sinto o silencio necessário. Sinto a felicidade de não fazermos nada juntos, ou irmos jantar. Sinto a dor por ter dito alguma besteira que acarretou uma briga tola. Sinto teu ciúmes. Sinto meu ciúmes. Sinto todos os planos, que nunca são a longo prazo, por que eu te ensinei que planejar o futuro é muito chato. Aliás, sinto tudo que tu não me ensinou, e que mesmo assim eu aprendo só te observando. E como eu adoro te observar. Sinto as mensagens de bom dia, todos os dias. Sinto tanta falta de simplesmente te ver, de te olhar, de viver um amor que é algo do qual  eu nunca senti antes. É tão real, é tão intenso, que eu sinto comigo a toda hora. Uma saudade arrebatadora aperta o coração quando toca uma musica que eu acho que seja “a nossa música”. Sinto um vazio em todos esses espaços que tu preenche sem saber, que fazem parte dos meus pensamentos ao longo do dia e que me fazem lembrar de ti por qualquer coisa que eu faça, e que acalentam meus sonhos durante todas as noites que eu durmo pensando em ti. Sinto tanto, tanto. Eu sinto tanto o fato de não ter tido a oportunidade de dividir isso contigo, sinto que tu não sinta isso junto comigo mas eu sinto muito mais por nada disso ser uma verdade tua também.

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