abre aspas

Esta bem, eu admito.
Todas essas acusações são verdadeiras. Eu tentei disfarçar - e por muito tempo eu consegui. Mas confesso que foi fácil: em todos os momentos eu não precisei do que me foi dado. Logo não senti a falta, nem remorso por rejeitar. Dessa vez não teve como evitar: era tudo que eu não queria no momento em que eu mais precisava.
Não sei se por ironia, descuido, azar ou era o momento. Pudera, não ficaria tanto tempo renegando o que me é dado. Só não consegui entender se a intenção com que foi dado foi a mesma com que foi recebido.
Dessa vez eu sou completamente culpada; concordo e assumo: falhei na minha incrível arte de não me apaixonar. Percebi de onde vem a teoria de ser do coração que saem os sentimentos: o peito dói de imaginar em decepcionar.
Eu, piegas. Quem diria.
Bem, também não é tão difícil assim, vocês que me assustaram. Inventaram mil teorias sobre amores perfeitos, decepções e blábláblás. Me fizeram sofrer por antecipação, e o pior: acreditar que eu só saberia quando estaria amando de verdade quando sofresse por esse amor. Que teoria ridícula. Esse é a diferença entre a gente. Enquanto vocês precisam sofrer pra entender (ou achar) que amam, eu preciso ser preenchida, estufada de qualquer coisa que me faça sentir bem.
Como isso ainda não havia acontecido, rejeitava o que me preenchia pela metade - não sei ser quase alguma coisa. Quase conseguir, quase ter, quase amar.
E, justamente por isso, falhei.
Enquanto exercia isso, ele preparava tudo pra fazer com que eu falhasse. Nunca imaginei, nunca pensei que justamente isso me faria falhar.
Quer dizer, não sei se falhei. Talvez esteja me precipitando em admitir, e o pior.. confessar. Não fui completamente preenchida. Não acreditei completamente nisso ainda. Talvez esteja quase lá.
Droga, falhei de novo.
Fecha aspas.

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